Tudo é igual. Tudo se move, atinge-me. Não respondo. Tudo conheço.
Nada sei o que é. Em todo o lugar me sinto bem a menos que lá esteja.
Toda a viagem me empolga. Nenhum destino me contenta.
Os amigos bastam-me. Sinto falta de alguém.
Enlouqueço antes de saber quem. Todos os projectos são fantásticos.
Até os realizar. Todas as resoluções me parecem boas até aplicá-las.
Falta a força. A força que me habituei a ser. A força que me habituei a dar.
Nunca precisei de a receber. Nunca houve ninguém que tivesse que ma dar.
Agora ninguém sabe que necessito dela como de um cigarro.
Nunca ninguém soube como retribuí-la. Agora ninguém sabe como dá-la.
Continuo a ter excedentes sem nunca estar repleto. Continuo
a odiar sem aprender a amar o que odeio. Continuo a apaixonar-me
pela Humanidade. Dou-lhe o máximo mesmo que o mínimo baste.
Peço o máximo. Nem o mínimo me dão. Peço tudo. Não preciso de nada.
Agora pouco mais que nada peço. Nada mais que nada recebo.
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