A dor da ignorância do imprevisível trespassa o meu peito
como uma adaga. A minha mente fervilha e desliga-se a intervalos
assustadoramente curtos e arrasta-se para um abismo de incompreensão. O futuro
do passado volta a assaltar-me como uma inevitabilidade e amedronta-me. Pois
que futuro pode advir de um passado infrutífero e repetitivo? Certamente um
futuro que se fartou do presente tal como o presente desdenha o passado. Mas o
futuro trará mais que o passado, disso sou certo! Mas trará também mais que o presente?
A adição ao passado compensará a perda do presente? Ou tornará o passado
pendular e obrigatório? Esta dúvida afunda a adaga e torna a dor mais
excruciante. A certeza permitir-me-ia fazer do passado passado, do presente
presente e do futuro futuro. Um futuro mais presente que passado e mais futuro
que presente. Por agora, tudo o que tenho é presente, terei futuro e tenho medo
do passado.
Sem comentários:
Enviar um comentário