Era uma noite quente de
final de Verão. Bem molhada, apesar de nem uma gota ameaçar cair
dos céus. Uma noite negra em Coimbra, com as capas para nos
aquecerem do vento – esse menos quente que a noite. Passou num
piscar de olhos a noite... mas teve segundos eternos no seu final.
Enquanto as estrelas nos iluminavam os passos, a única luz que eu
via atraía-me com uma intensidade brutal. E beijámo-nos. Quente,
mágico, eterno. A noite tem destas coisas... momentos que nem uma
catástrofe consegue apagar. Depois veio o frio, o ar gelado da
saudade, a necessidade de mais como um vício entranhado no corpo.
Anos passaram...
Outra noite quente. Esta
seca, apesar dos curtos e fracos períodos de chuviscos que não
lavavam a saudade. Uma noite iluminada em Coimbra, sem capa e sem
vento. Apenas a mesma única luz que me atraía com a mesma
intensidade como se voltasse atrás no tempo. Passou num piscar de
olhos... mas teve segundos eternos no seu final – novamente.
Voltámos a beijar-nos. Quente, mágico, menos eterno mas mais
intenso. Depois voltaram o frio, o ar gelado da saudade e a
necessidade de deixar o vício voltar a entranhar-se no corpo.
Anos passaram...
O resto da história está
por escrever.
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